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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dia das crianças


Quando eu era criança não tinha televisão, tampouco internet para ficar jogando online, contudo minha infância foi uma novela. Senhor Joaquim  Carlos, um grande contador de histórias provocava grandes gargalhadas nas crianças que ficavam impressionadas com o repertório singular. 
 Lembrando dos contos antigos que meu pai contava, dentre as "Aventuras de Pedro Malasartes", " A festa no céu", "Antoninho matou o padre" e várias outras, selecionei uma das " A onça e o coelho"   


A Onça e o Coelho 



em 
Dia da festa 

Todos os animais sabiam das desavenças entre o coelho e a onça e ficaram penalizados, pois ao entardecer haveria uma grande grande festa na floresta e o coelho não poderia comparecer. Apesar de saber que a onça estava querendo devorá-lo, o coelho queria muito compartilhar da alegria desta festa tão aclamada e pulou de um salto apostando na sua inteligencia:
 _ Mas é claro que eu vou nessa festa e ainda vou montado na Onça!
 Todos os animaizinhos se assustaram, o pobre coelho perdeu o juízo.
 _ Está maluco compadre Coelho! A Onça vai de devorar num piscar de olhos.
 _ Querem apostar como eu vou à festa montado no lombo da Onça?
 Todos tentaram tirar essa ideia da cabeça do coelho, mas acabaram apostando na morte dele. Lá se foi o coelho pela floresta à procura da onça e ao vê-la foi logo dizendo.
 _ Bom dia comadre Onça! Está sabendo da grande festa que vai ter na floresta?
Era óbvio que a onça sabia, ela era a única que não era convidada para festejar senão acabaria a festa. 
 _ Pois é comadre Onça, eu a convido para ir comigo, pois sou um convidado vip, passo aqui ao pôr do sol para irmos juntos.
A onça arreganhou os dentes de feliz  que ficou, iria a festa e ainda realizaria o seu sonho de transformar o coelho em um delicioso petisco. De tão sonhadora, nem saiu do lugar esperando o retorno do Coelho. 
 As horas passaram e nada do sol se pôr, a onça já estava impaciente com o entardecer quando apareceu o coelho cabisbaixo com a mão na cabeça dizendo:
  _ O comadre Onça! Sinto em te dizer que não poderei honrar meu compromisso. sabe o que comadre Onça é que eu estou com muita dor de cabeça, meu corpo todo doe eu mal consigo ficar em pé, é uma pena mesmo, mas não poderei ir ... a não ser que a comadre me leve nas costas.
  A onça pensou era sua chance de devorar aquele coelho exibido e ela não iria deixar essa chance escapar.
 _ Tudo bem compadre Coelho eu te carrego nas costas.
 _ Então eu vou em casa me arrumar. Até logo comadre Onça!
 O coelho voltou com uma sela, esporas e chicote, a onça espantou nunca tinha visto este tipo de equipamento e perguntou curiosa:
 _ O que é isso compadre Coelho?
 _ É uma sela comadre Onça. Sabe pra que é comadre Onça? É que eu ando tão fraquinho e se eu desmaiar não caio no chão.
 _ E aquilo compadre Coelho?
 _ Ah! Essas coisas são enfeites para me distrair a dor de cabeça, é pra fazer bonitinho na viagem com um barulhinho assim: ting ling! Ting ling! Ting ling!
A onça era tão burra que permitiu o coelho colocá-lhe sela e cabresto sem desconfiar de nada. O coelho apertou bem o cinto, colocou a parafernaha na boca da onça, subiu na onça aplicando-lhe o chicote e esporas. A onça ficou furiosa e tentava morder o coelho, mas ele a dominava pela rédea, ela tentava deitá-se para derrubá-lo, porém o coelho continuava dominado o animal selvagem.
Ao chegar à festa a bicharada não acreditavam no que viam. Não é que o coelho foi a festa montado no lombo da onça!
_ Coelho, Coelho você cai Coelho! Coelho, Coelho cuidado Coelho! Coelho, Coelho a Onça vai te pegar Coelho!
Apesar dos gritos da bicharada o coelho estava tranquilo, desceu, amarrou a onça no pau e dançou a noite inteira.
Na hora de ir embora, dessamarrou a onça do pau e montou novamente na sela e foi saindo feliz da vida enquando a onça morrendo de sede, fome, cansaço, sono espumava de raiva e tentava mordê-lo, porém o coelho puxava a rédea e dominava a onça.
Na despedida todos os animais recomendavam quidado.
_ Coelho, Coelho você cai Coelho! Coelho, Coelho cuidado Coelho! Coelho, Coelho a Onça vai te pegar Coelho!
O dia já havia amanhecido e o coelho precisa se livrar da onça, saltou da onça direto em um buraco de onde saiu um sapo ao qual a onça pediu para ficar de guarda e não deixar o coelho sair.
A onça deu as ordens ao sapo para vigiar o buraco e o coelho e foi em casa tirar o equipamento que o coelho colocou nela e trazer uma escavadeira para tirar o coelho do buraco em que se enfiou.
Enquanto isso dentro do buraco o coelho não conseguia pensar em nada e começou a roer os próprios pelos de nervoso.
O sapo curioso quis saber que barulho era aquele:
_ O que você está comendo aí Quei?
_ Amendoin.
_ Me dá um poquim.
_ Então abre a boa e arregala bem os olhos.
_ Assim?
O sapo usou as mãos para abrir completamente os olhos e a medonha boca, então o coelho apanhou um punhado de terra e atirou na cara do sapo que ficou cego e com a boca cheia de terra. O coelho aproveitou a ocasião para fugir.


Quando a onça retorna com objetos de escavação, quis saber se o coelho ainda estava dentro do buraco. Porém o sapo só conseguiu respoder:
_ Peladin tá aqui, Cabeludin foi embora.
_ Como é sapo?
_ Peladin tá aqui, Cabeludin foi embora.
A onça perdeu a calma pelo sapo ter deixado o coelho fugir e avisou que iria jogar o incompetente no fogo.
_ O Sá Onça não me joga no fogo não que eu pulo, me me joga no lago que afogo e morro!
Ouvindo isso, a onça atirou o sapo na lagoa. Por ter sido salvo pelo fogo o sapo começou cantar:
_ Mas Sá Onça é besta! Falei pra ela não me jogar no fogo não que que eu pulo, pra me jogar no lago que afogo e morro. Mas Sá Onça é besta! Eu sou d'água mesmo.
A onça ficou tomada de raiva e enfiou a mão na lagou e agarrou a perna do sapo.
_ Mas Sá Onça é besta! Está segurando um pedaço de pau pensando que minha perna.
A onça soltou a perna do sapo e segurou numa raíz de pau.
_ Mas Sá Onça é besta! Estava segurando minha perna, soltou e pegou num pedaço de pau.

2 comentários:

  1. e ai sara boa historia nao,ta ai uma coisa que quica sabia fazer bem nao acha,eu nem lembrava mais,sao tantas

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  2. Concordo. Essa foi a parte boa no tempo de tanto suspense.

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