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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Paraisópolis em poesia




Barulho indescritível
Muito lixo entre barracos
Gente andando em vielas
E ratos por buracos

Tanta gente no pequeno espaço
Convivendo no aglomerado
Onde há vários colchões para dormir
Em um quarto apertado

Tem o pobre trabalhador
Um grande pai de família
A lamentar com grande dor
O destino de sua filha

Depois de muita humilhação
A adolescente desiludida
Se envolve com drogas
Por não ver outra saída

Sem emprego com filhos nos braços
Sem dinheiro, não se permite sonhar
Ao olhar para trás com revolta
Mergulha no abismo sem pensar

Sobre o esgoto tem móveis novos
Eletrodomésticos, TV, celular
Comprado pelo crédito nas lojas
Mais de dez prestações pra pagar




Paraisópolis não é só isso
Esse o lado que a sociedade ver
Aqui também tem gente culta
Poetas do bem pode crer

Quem mora em Paraisópolis
São pessoas de várias regiões do país
Que veio em busca de trabalho
Sonhando com um dia mais feliz

Os que nasceram aqui
Tem muitas histórias pra contar
Tem taleto e inteligência
E amor pelo seu lar

Quem mora em barracos
São chamados de favelados
Ao tentar mostrar seu potencial
Muitos são menosprezados

Mesmo assim homens e mulheres vão a luta
Quando tem força de vontade
Não permitindo que grandes obstáculos
Reduz sua conquista pela metade

Por isso não me envergonho
Quando confesso que moro aqui
Se foi para lutar pelos meus sonhos
Que deixei Jacaraci

A minha terra natal
Ao qual senti muita saudade
Até que eu me acostumasse
Com esta comunidade
Meu nome é Jussara Carvalho
Eu nasci para escrever
Poesias, contos, romances
E talvez um dia pra TV

Não sei onde irei morar no futuro
Nem o cenário da nova história
A única certeza que tenho
É ter Paraisópolis na memória

Tenho muito pra contar
Mas não posso me alongar tanto
Desejo sucesso a todos
Isso é tudo, por enquanto.
(Poesia de Jussara Carvalho)

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