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domingo, 4 de junho de 2017

Criança vítima de violência

Como hoje é o dia internacional das crianças vítimas de agreções, vou contar sobre as violências físicas e psicológicas e tentativas fracassadas de violencia sexual que sofri em minha infância.
 Lembro-me que a única surra que meu pai deu em mim fôra uma estupidez. Eu, João e Daniel estávamos brincando como toda criança fazíamos barulho. O senhor Joaquim estava irritado porque minha mãe estava morando na cidade devido a sua gravidez de risco e ele não quis ir para Jacaraci com ela. Meu pai era muito ciumento e tinha medo de ficar sozinho com a gente na zona rural. Pediu para meus irmãos e eu fazermos silêncio, o ignoramos porque quem mandava na casa sempre tinha sido a dona Ledite, ela sim batia muito na gente. Minha mãe me batia e eu nem sabia o que tinha feito de errado. Ela sempre apacecia do nada com uma vara e batia até se cansar. Ela o terror, pois eu nunca sabia quando ela ia me bater.

Voltando a história da única surra que recebi do meu pai... Continuamos a algazarra, já que meu pai era o Zero a esquerda e vivia fazendo ameaças terríveis, porém até aquele dia nunca tinha batido em mim nem no meu irmão caçula. Só que este dia, todos nós apanhamos porque o Quinca estava com ódio de dona Ledite e descontou na gente. Ele bateu e acostumados com as surras da mãe que era muito discreta, ela batia com a vara e não podíamos gritar, nem reclamar, nem chorar senão ela batia ainda mais. Então a surra coletiva não parecia surti efeito, o velho pensava: Se ninguém está chorando é porque não está doendo. Então ele batieu mais. Foi aí que eu me perguntei: Ué! Não vai parar de bater não? Então abri a boca e gritei. O castigo foi interrompido imediatamente.

 Além das surras que sofri pelos meus pais como medida educativa, a pior agreção ao qual sofri na casa dos meus pais foram a tortura psicológica. Minha mãe era muito dura com as palavras e isso broquiou meus esforços de auto aceitação causando grande sofrimento mental que até hoje sofro. Ela dizia que eu era inútil e acreditei nisso. Também dizia que meu pai era um monstro e se eu não obedecesse tudo o que ela dizia, iria virar um monstro como meu pai. Ela dizia que meu pai estava condenado ao inferno onde eu também iria se desobedecesse seus concelhos. Eu tinha muito medo do inferno, do diabo, do escuro e do meu pai. Por causa do medo que minha mãe me fez sentir do meu pai, eu me afastei dele é de suas fantásticas histórias que ele narrava e eu adorava. Não me lembro de minha mãe me abraçar ou pegar me no colo. Minha mãe não fazia nenhuma demonstração de carinho. O meu pai foi carinhoso. Ele era do tipo que sentia muita culpa. Lembro-me dele contando histórias de Trancoso enquanto João, Daniel e eu assentavámos aos seus pés para ouví-lo. Todos riam as gargalhadas e eu era a que mais ficava fascinada com suas contações de histórias. Talvez seja por isso que tenho vontade de viver aventuras radicais e sou apaixonada por histórias e me tornei contadora de histórias e escritora de livros.
 Minha mãe, não gostava da atenção que meu pai dava principalmente pra mim, então dizia muitas palavras negativas como quem rir é infeliz; O diabo não gosta de gente feliz e quando ver uma pessoa feliz, logo faz algo para prejudicar; Dizia que estávamos felizes com as histórias do velho e depois estaríamos todos chorando; Continuava dizendo que as histórias de Quinca nos dava pesadelos. Eu tinha pensado sim, mas por outras coisas, nunca pelas contribuições de histórias do meu pai. Porém logo senti tanto medo do meu pai e de ir pro inferno que também me afastei dele. Hoje eu sei que isso foi terrível pra ele. Imagine você ter 9 filhos e ser rejeitado por todos e ainda ser condenado ao inferno apocalíptico que nunca terá fim e nem como evitar essa profecia? O desespero do meu pai foi tanto que ele queria acabar com tudo e ameaça nos matar. Confessava que só lhe faltava coragem para assassinar todo mundo e depois se matar. Então em seus momentos atormentados, ele invocava Lúcifer para lhe dá coragem. Isso me aterrorizou todos os dias que estive em Jacaraci. Isso me transformou numa pessoa medrosa, ansiosa e depressiva.

 Não foi só os meus pais que me agrediram em minha infância. Meu irmão João tentou várias vezes ter relação sexual comigo. Essa vida começou quando ele e os amigos foram tomar banho de rio e convidaram pra ir com eles, eu disse que não podia ir porque a mãe não gostava que a gente fosse ao rio sozinhos porque era perigoso, porém o dissimulado do João me convenceu a ir, chegando no rio, eles fizeram anal uns nos outros e eu pensei: Que faço agora? Se eu correr, correrão atrás de mim e naquele sábado meus pais estavam na feira livre em Jacaraci. Quando meu irmão chegou pedindo para fazer sexo anal em mim, eu disse que não, que era absurdo, que era pecado e eu não queria. O astuto tentou me convencer e eu pensei: E agora? Deus me ajude eu não quero ir pro inferno. Se eu continuasse negando, ele ia me ter a força. João é mais velho do que eu portanto tinha mais força física. Apesar do meu desespero, mative a aparência de tranquilidade, eu sabia que se deixasse meu irmão João zangado ele se vingaria me machucando muito. Foi então que olhei para os órgãos sexuais dele é vi um carrapato no seu pentelho. Que alívio! Eu avisei-o sobre o carrapato e exclamei: Que nojo! Usei essa desculpa para escapar dessa cena incestuosa. Sabia que ele não tinha desistido e então encontrei uma tranca grande no  terreno do vizinho, preguei-a na porta do meu quarto e comecei dormi trancada e nunca ficava à sois com João.

 Sei que estes fatos que leram aqui foram alarmantes. É a minha história e faz parte do meu passado sombrio.  Sobre as violências físicas que sofri na infância estão as surras que João dava em mim, talvez para se vingar de não conseguir fazer sexo anal comigo. Também sofrir várias seções de espancamentos no caminho da escola. Todos faziam uma roda e gtitavam: BRIGA! BRIGA! BRIGA! Bate nela!Pucha o cabelo dela! Da uma rasteira nela!Da um soco na cara dela!
 Esse era o grande momento de diversão principalmente para os filhos de Chico Borges. Eu lutava bravamente. Usava tudo o que tinha pra me defender contudo não era suficiente. As vezes eu lutava com 6 moleques ao mesmo tempo (os gêmeos Adriano e Guelão, as duas meninas da minha idade e os gêmeos Fábio e Fernando). Ninguém me defendia, nem mesmo os meus irmãos que desistiram da escola. Nem a conversa de minha mãe com Aparecida e Renato (pais dos moleques que obedecia os pedidos da plateia para me surrar), nem a conversa de minha mãe com a professora Pecila Borges, resolveu este problema. A solução foi trocar de escola. Minha mãe pediu transferência para eu estudar em uma casa abandonada com a professora Venância.

 Aprendi mudar meus padrões de pensamentos e reprogramar meu cérebro e estou cada dia mais liberta da maldição da minha família. Estou cada vez mais abençoada e cada passo me aproxima da iluminação. Agora sei que tudo o que passei teve um motivo. Eu precisava viver como vivi, toda violência que suporte  foi uma lição de vida importantíssima. Estou agradecida pelos caminhos que trilhei e as experiências que me trouxeram até onde estou agora. Gratidão pela sabedoria infinita que Sempre me orientou e me guiou.

 Compartilho isto neste dia internacional da criança e do adolescente vítima de violência para que vocês leitores reflitam.  E que as crianças e adolescentes de hoje não passem a provação que eu.
Pois se não fosse o meu verdadeiro EU sobrepujar as dores dos eus perifericos que tinha certeza do inferno sobrenatural, eu teria posto fim na minha vida, pois não aguentava mais tanto sofrimento emocional e uma parte de mim havia desistido de viver.  Na minha adolescência perdida, mantevi_me viva porque me recusei aceitar a morte como resposta. O medo do castigo de Deus e considerar injusto que existia um Deus em um céu de nuvens, pai dele mesmo e filho de uma virgem com poder de trancá-me no inferno se eu tirasse a minha própria vida.
 Fizeram_me acreditar que eu era amaldiçoada, filha do demônio e Deus não tinha me escolhido. Isso Fez com que a sabedoria que eciste em mim levesse-me a esta reflexão: Que não adiantava chorar, berrar, implorar por Deus, pois eu estava órfã de pais vivos, sozinha no mundo.
 Como estou aliviada por sobeviver a esse pesadelo e encontrar o caminho das pedras para minha salvação. Gratidão por está viva e salva dessa maldição! Que a paz esteja convosco!

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